O Aeroporto Internacional de São Francisco, nos Estados Unidos,
contratou 400 cabras para evitar incêndios. As novas funcionárias
circulam pela área livre do aeroporto encarregadas de mastigar ervas
daninhas.
Mr. Fuzzy, Cookie, Mable, Alice e outras cabras sem nomes
trabalham tranquilamente sem se preocupar com o barulho das turbinas dos
aviões. Elas fazem parte das equipes das brigadas de incêndio como
parte da proposta do aeroporto de ser 'ambientalmente correto'.
Os grandes aeroportos do mundo inteiro são em geral maiores do
que muitas cidades, com suas próprias equipes de bombeiros, médicos,
baristas, policiais e até médicos. Mas cabras provavelmente são
exclusividade do aeroporto americano.
Áreas verdes do grande aeroporto de São Francisco precisam ficar
sempre livres de ervas daninhas para evitar o risco de incêndio,
especialmente nas épocas de seca.
Foto: AP
A administração do aeroporto explica que optou pelas cabras
porque as máquinas de aparar mato ou jardineiros poderiam por em risco
duas espécies consideradas ameaçadas de extinção que vivem no local, o
sapo vermelho da Califórnia e uma espécie de cobra rajada comum na
região.
Além da vantagem ambiental, as cabras são mais baratas e
trabalham o tempo todo sem reclamar. O custo dos animais é de cerca de
R$ 30 mil por ano.
"Quando os aviões decolam e os passageiros olham as cabras pela
janela, eu tenho certeza que é uma emoção", afirma Terri Oyarzun, dono
de uma empresa familiar de criação de cabras contratada para cuidar do
controle de ervas daninhas.
As cabras viajam cerca de 50 quilômetros a cada primavera
desde a fazenda onde vivem, em Orinda, na Califórnia, para trabalhar no
aeroporto.Com a ajuda de um pastor de cabras e um cão da raça
border collie chamado Toddy Lynn, elas passam duas semanas cortando e comendo o mato.
Quando não estão dando duro para deixar o aeroporto livre de
incêndios, as cabras fazem trabalho semelhante ao lado de estradas da
Califórnia, em parques estaduais, áreas sob linhas elétricas de longa
distância e em qualquer outro lugar coberto com vegetação que precise de
cuidados.
A família tem cerca de 4 mil cabras trabalhando nesse
controle ambientalmente correto de pragas daninhas. "Houve um período de
adaptação até elas se acostumarem com o barulho das turbinas dos aviões
a jato", conta o dono das cabras. "Mas elas têm muita confiança em seu
pastor".
O Aeroporto Internacional de Chicago gostou da ideia e já
solicitou propostas para contratar as cabras para um trabalho
semelhante.
Apesar de trabalharem sem reclamar, sem pedir horas extras e nem
fazer greve, as cabras comuns geralmente acabam no frigorífico quando
não podem mais trabalhar. Mas não as cabras da família Oyarzun. Estas
têm direito a uma aposentadoria tranquila na fazenda onde são criadas
até o fim da vida. Prova de que ainda existe sentimento humano em ao
menos uma parte do transporte aéreo.
Notícia extraída do caderno de Economia do Jornal Estadão e pode ser vista na sua fonte original clicando aqui.